31 dez 18 desejos para 2018
Não custa nada desejar. Nossos desejos movem o mundo e transformam a realidade. Segue a minha lista para 2018. Você, já fez a sua?
- Que cesse a violência contra as mulheres nas ruas, escolas, no trabalho, em casa, nas músicas e publicidades machistas. Que os homens possam se reconhecer nas mulheres, reconhecendo as diferenças, e nunca deixem de respeitá-las e amá-las.
- Finalmente seja aprovada a lei que proíbe campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas. Em nome da liberdade de expressão, as empresas de publicidade, jornais, revistas, televisão e os fabricantes venceram todos os rounds da luta contra o incentivo ao consumo de álcool.
- O silêncio seja reconhecido como um direito do cidadão e os poluidores sonoros punidos. Que se controlem as armas de poder destrutivo: sons domésticos, sons de automóveis, barulho de motos, bicicletas e carros fazendo propaganda nas ruas.
- As prefeituras das cidades controlem a poluição visual, o uso abusivo de placas, faixas, anúncios e outdoors. Coíbam as construções desordenadas de casas e prédios, que fazem de nossas cidades verdadeiros amontoados urbanos, sem nenhum controle estético.
- Os cidadãos assumam junto com os órgãos públicos a responsabilidade pelo lixo que produzem. Organizem coletas seletivas e ponham lixo apenas em lixeiras.
- Haja investimentos de todos os poderes públicos para a educação de nossas crianças, jovens e adultos e consigamos sair da vergonhosa posição que ocupamos no ranking mundial. E as famílias – a exemplo das nações asiáticas – também se sintam responsáveis por educar os seus membros.
- Que os acidentes com motocicletas deixem de ser um problema de saúde pública e uma sangria para os cofres da Previdência Social. Façam valer as medidas para normatizar o uso das motos, o controle e a fiscalização das mesmas.
- Passado o Império, de fato se vendam as joias que Dom Pedro II prometeu vender e se solucione a escassez de água no Nordeste. Milhões de nordestinos vivem em condições sub-humanas, num quase genocídio.
- Desejo um país que leia boa literatura, escute boa música e veja bons filmes. Que as livrarias e cinemas proliferem como os bares e as farmácias, os livros custem barato e sejam acessíveis a todas as pessoas.
- Que em 2018 saiamos da rota do turismo sexual de rapazes, moças e crianças. Que nossa imagem seja a de um país livre, alegre, sem preconceitos, nunca a de um país que oferece o corpo e a alma de seus filhos a troco de alguns reais ou de um prato de comida.
- Que as ruas sejam novamente ocupadas por milhões de brasileiros exigindo respeito aos direitos constitucionais.
- Que diminua o abismo entre pobres e ricos e nos aproximemos dos ideais de igualdade de toda verdadeira república.
- A extrema direita seja banida e os que sonham com a volta de um regime militar de exceção possam enxergar o equívoco desse sonho, o dano que ele significou num passado recente.
- Que as nossas universidades públicas permaneçam gratuitas, com incentivos para a pesquisa e o desenvolvimento, melhorem os salários dos professores, aumentem o número de bolsas de mestrado, doutorado, e sejam recuperados espaços físicos, laboratórios, bibliotecas, imprensa, etc, pondo fim a um onda de abandono, perseguição e sucateamento.
- Que a Amazônia brasileira continue sendo território brasileiro e as reservas indígenas sejam demarcadas e continuem propriedade dos seus mais verdadeiros proprietários: os índios.
- Que a minoria branca reconheça a mestiçagem do povo brasileiro, pondo fim à crescente onda de preconceitos e discriminações aos afrodescendentes.
- Que 2018 seja o reinado da inteligência, sensibilidade e poesia.
- Amém!
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