Mais um ano sem carnaval? | Ronaldo Correia de Brito | site oficial
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Mais um ano sem carnaval?

Será castigo?

Em 2020 ganhamos a rua conhecendo o risco. Falta de controle sanitário, inoperância do Ministério da Saúde? A Maligna já mostrara os dentes na China e no resto do mundo. Só aqui na pátria amada Brasil parecíamos imunes, cobertos por uma redoma como Michail Jackson. Em cada estrangeiro que cruzava por mim no Bairro do Recife, eu via um abutre me espreitando. Brinquei com um pé dentro e outro fora. Nem marquei o passo, nem sombrinha levei à praça. Brinca-se carnaval assim? Não, não brinquei, só senti medo.

Ui! Ai, ai, ai! Em cima, em baixo! Em cima, em baixo!

Fomos pegados por cima, por baixo e pelo meio. Inteiros. Evoé, evoé, o carnaval de Pernambuco!

Dançamos (dançar na gíria é se dar mal), mesmo os que não caíram no frevo dançaram. Alguns nunca mais levantaram. Ai! Ui, ui, ui! 

Mais um ano sem carnaval?

Se já não somos o país do futebol, nem do carnaval, que país somos?

Ai! Ui, ui, ui. Tá proibido o carnaval, nesse país tropical.

Para todos?

Não, apenas para os pobres.

Não estamos numa democracia?

Ah! Conversa de democracia.

Os ricos terão seus carnavais fechados, privados, caros, em ambientes especiais, com testagem na entrada e passaporte de vacinas.

Não dá pra fazer o mesmo com o povão que brinca na rua?

Quem vai pagar a conta?

Voltou-se ao tempo antigo, aos bailes do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Até me lembrei de uma marchinha da época: 629 mil sem ação, pra frente Brasil, do meu coração…

Mas essa era a marchinha da Copa de 70, em plena ditadura militar: noventa milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração…

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