js_composer
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/ronaldoc/public_html/site2/wp-includes/functions.php on line 6121bridge
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home1/ronaldoc/public_html/site2/wp-includes/functions.php on line 6121Quando a hist\u00f3ria aconteceu, dona Madalena era rainha do Indiano, e dona Santa reinava absoluta no carnaval do Recife, como \u00faltima rainha coroada, segundo a tradi\u00e7\u00e3o dos reis de Congo. Os colonizadores brancos criaram esse ritual no s\u00e9culo XVII e o objetivo \u00e9 bem f\u00e1cil de adivinhar. Desejavam manter os escravos agregados em torno das \u201cmajestades\u201d e de uma corte eleita por dois anos, em tudo semelhante \u00e0s cortes europeias. Com isso evitavam a insubordina\u00e7\u00e3o e as fugas. Os reis e rainhas dos negros eram coroados na igreja de Nossa Senhora do Ros\u00e1rio dos Homens Pretos, por um padre ou bispo cat\u00f3lico, na presen\u00e7a de autoridades pol\u00edticas. Ap\u00f3s a solenidade, desfilavam pelas ruas da cidade, seguidos de cortejo e batuque. Essa \u00e9 a origem mais prov\u00e1vel do maracatu, que terminou achando lugar no carnaval, como tudo em Pernambuco.<\/span><\/p>\n O reinado de Santa come\u00e7ou no Le\u00e3o Coroado. Dizem que ela assumiu o Elefante para substituir a m\u00e3e, que morrera, ou porque se casou com o dono do Maracatu. Ningu\u00e9m sabe ao certo. O que todos afirmam \u00e9 a sua imponente majestade. Madalena, antes de ser rainha do seu pr\u00f3prio maracatu, dan\u00e7ara na corte de Santa. Espalharam que as duas n\u00e3o se gostavam, o que n\u00e3o sei se \u00e9 verdade. Al\u00e9m das disputas entre maracatus, que \u00e0s vezes terminavam em pancadarias e mortes, Madalena nutria um despeito contra Santa, porque n\u00e3o fora coroada oficialmente. A Igreja Cat\u00f3lica, que sempre estivera a servi\u00e7o do poder institu\u00eddo, recusava-se a fazer novas coroa\u00e7\u00f5es. Santa era, portanto, a \u00fanica rainha de direito. S\u00f3 ela, al\u00e9m de padres e bispos, poderia coroar uma sucessora. <\/span><\/p>\n Costumavam celebrar o anivers\u00e1rio de dona Santa, na sua resid\u00eancia em Ponto de Parada, com o fausto devido a uma rainha. No ano em que a hist\u00f3ria se passa, convidaram caboclinhos, blocos, tro\u00e7as, alguns maracatus, mas n\u00e3o chamaram o Indiano, nem Madalena. As duas mulheres, poderosas no meio do seu povo humilde, eram tamb\u00e9m ialorix\u00e1<\/i>, m\u00e3e de santo, com uma legi\u00e3o de filhos<\/i> e m\u00e3es pequenas<\/i>. Santa, pelo costume de trajar sempre a cor branca, seria filha de Orixal\u00e1 e naturalmente calma. Mas n\u00e3o tenho certeza. Madalena era filha de Ogum, orix\u00e1 dos ferros e da guerra, recebia uma corrente forte, de determina\u00e7\u00e3o e luta. Juntou o povo da sua corte e comunicou que todos iriam \u00e0 festa de Santa e do Elefante, mesmo n\u00e3o tendo sido convidados. Houve protestos, temores, gritos. Consultaram If\u00e1, o or\u00e1culo. Ele mandou que fossem. <\/span><\/p>\n Na manh\u00e3 da celebra\u00e7\u00e3o, Madalena e os seus desceram o Alto do Pascoal, vestidos a car\u00e1ter: estandarte na frente, damas de pa\u00e7o, damas de calunga, corte, rei e rainha resguardados do sol pela umbela. Quando avistaram a casa terreiro <\/i>de Santa, cantaram uma toada. Sil\u00eancio. Madalena enviou um emiss\u00e1rio e aguardou resposta. Os minutos duravam horas. O emiss\u00e1rio retornou acompanhado de um pajem com o estandarte do Elefante. O vassalo curvou-se diante do estandarte do Indiano, cruzando as duas bandeiras no alto, em sinal de cumprimento e boas-vindas. O cortejo foi recebido e Dona Santa, sentada num trono, pediu que Madalena ficasse \u00e0 sua direita durante toda a festa. <\/span><\/p>\n \u2013 Madalena \u2013 perguntou Santa \u2013, voc\u00ea sabe como \u00e9 que se coroa uma rainha?<\/span><\/p>\n \u2013 N\u00e3o sei n\u00e3o, senhora \u2013 respondeu a majestade do Indiano.<\/span><\/p>\n \u2013 \u00c9 na Igreja do Ros\u00e1rio dos Pretos. Venha me visitar uma tarde dessas, que eu lhe ensino tudo. Vou coroar voc\u00ea rainha.<\/span><\/p>\n \u00a0 \u00a0 <\/span>O resto n\u00e3o se escutou. Os batuques de todos os maracatus presentes \u00e0 festa decidiram tocar juntos. Alheios aos sentimentos que moviam Santa, o desejo de coroar uma sucessora. Coisa que n\u00e3o fez. A morte a levou alguns dias depois da promessa.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Quando a hist\u00f3ria aconteceu, dona Madalena era rainha do Indiano, e dona Santa reinava absoluta no carnaval do Recife, como \u00faltima rainha coroada, segundo a tradi\u00e7\u00e3o dos reis de Congo. Os colonizadores brancos criaram esse ritual no s\u00e9culo XVII e o objetivo \u00e9 bem f\u00e1cil…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":1074,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":"","footnotes":""},"categories":[8,46,45],"tags":[92,148],"class_list":["post-1073","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-blog","category-links","category-slider","tag-carnaval","tag-maracatu"],"yoast_head":"\n