js_composer
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home1/ronaldoc/public_html/site2/wp-includes/functions.php on line 6121bridge
foi ativado muito cedo. Isso geralmente é um indicador de que algum código no plugin ou tema está sendo executado muito cedo. As traduções devem ser carregadas na ação init
ou mais tarde. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /home1/ronaldoc/public_html/site2/wp-includes/functions.php on line 6121Desta vez, a coreografia da bailarina americana Martha Graham se chama Lamentation<\/i> e ela a dan\u00e7ou no Brooklin, talvez no mesmo ano em que foi criada, 1930. Presa dentro de um tubo el\u00e1stico de malha, a bailarina se movimenta como se estivesse nos limites da pr\u00f3pria pele. A sensa\u00e7\u00e3o para quem assiste \u00e9 de claustrofobia.<\/span><\/p>\n Martha Graham refere que ap\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o foi procurada por uma mo\u00e7a de rosto sereno, mas com os sinais de quem havia chorado muito. Ela agradeceu, dizendo que Martha nunca saberia o quanto fizera por ela naquela noite. Quando a bailarina procurou informar-se sobre o que acontecera, ouviu o relato de que a mo\u00e7a vira o filho de nove anos ser atropelado por um caminh\u00e3o e morrer. Depois disso, apesar do esfor\u00e7o dela pr\u00f3pria e das pessoas amigas, nunca conseguira chorar. Quando viu Lamentation<\/i>, finalmente, o conseguiu.<\/span><\/p>\n Martha Graham conclui seu depoimento sobre o caso dizendo: H\u00e1 sempre pelo menos uma pessoa com quem voc\u00ea pode se comunicar na plat\u00e9ia. Uma.<\/span><\/p>\n O artista busca primeiro criar para si mesmo, em seguida comunicar-se com as pessoas do seu tempo. Mesmo que ele crie na perspectiva do futuro, h\u00e1 sempre o desejo desse leitor ou ouvinte ou espectador para quem falar\u00e1 diretamente. Em meio ao deserto que se segue \u00e0 cria\u00e7\u00e3o, onde nunca existir\u00e1 o\u00e1sis nem descanso, espera-se algu\u00e9m que foi tocado pela mesma grandeza ou mis\u00e9ria que tocou o artista.<\/span><\/p>\n Escrevi certa vez: O escritor busca comunicar-se com seu p\u00fablico: uns de forma serena; outros, desvairados. Correm atr\u00e1s de quem os leia, ou escute, ou aplauda. Ao mesmo tempo em que precisa do exerc\u00edcio silencioso da cria\u00e7\u00e3o, de estar sozinho trabalhando, o mundo cobra cada dia mais que ele chegue ao limite de sua resist\u00eancia, cumprindo uma maratona de confer\u00eancias, entrevistas e artigos, numa exposi\u00e7\u00e3o do corpo e da alma para ser visto, lido, cortejado. Poucos sobrevivem ao enigma moderno da esfinge: preserva-te e ser\u00e1s esquecido ou exp\u00f5e-te e ser\u00e1s devorado. <\/span><\/p>\n A Lamenta\u00e7\u00e3o<\/i> de Martha Graham representa a ang\u00fastia do homem tentando romper os limites que o impedem de expandir-se, estender bra\u00e7os e pernas, por a cabe\u00e7a de fora, dar novo alcance \u00e0s id\u00e9ias e pensamentos. O \u00fatero claustrof\u00f3bico \u00e9 aliciante, convida \u00e0 in\u00e9rcia, \u00e0 acomoda\u00e7\u00e3o. A distens\u00e3o e o choro s\u00f3 acontecem no esfor\u00e7o de ir al\u00e9m dos limites da pr\u00f3pria pele. <\/span><\/p>\n Vista oitenta anos depois, a coreografia de Martha Graham parece t\u00e3o simples. No entanto, quanta ousadia para a \u00e9poca, uma quebra dos c\u00e2nones do bal\u00e9 cl\u00e1ssico. O artista precisa romper limites, os seus e os de quem recebe sua arte. Mesmo que demorem a perceb\u00ea-lo.\u00a0 <\/span>\u00c9 necess\u00e1ria a f\u00e9 de que uma pessoa na plat\u00e9ia, uma, ser\u00e1 tocada pela grandeza ou mis\u00e9ria da cria\u00e7\u00e3o. E a\u00ed, o artista nunca mais estar\u00e1 s\u00f3.<\/span><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Desta vez, a coreografia da bailarina americana Martha Graham se chama Lamentation e ela a dan\u00e7ou no Brooklin, talvez no mesmo ano em que foi criada, 1930. Presa dentro de um tubo el\u00e1stico de malha, a bailarina se movimenta como se estivesse nos limites da…<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":849,"comment_status":"open","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"content-type":"","footnotes":""},"categories":[8,45],"tags":[14,53,110],"class_list":["post-848","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-blog","category-slider","tag-blog-2","tag-cronica","tag-danca"],"yoast_head":"\n